Juntar economias para ter uma aposentadoria tranquila é um dos principais objetivos de quem pensa no futuro. Mas é essencial também “acumular saúde” para velhice. O nutricionista funcional e esportivo Diogo Cirico, responsável técnico da Growth Supplements, faz um alerta importante para quem quer ter saúde e autonomia na chamada terceira idade: “As pessoas deveriam fazer poupança muscular, ou seja, trabalhar o físico quando jovens para chegar na terceira idade com uma quantidade de massa muscular considerada saudável”, comenta.
A afirmação do profissional é baseada em uma variedade de estudos científicos que revelam que os exercícios resistidos (aqueles que usam pesos e oferecem resistência ao músculo, como musculação, calistenia, crossfit ou exercícios com elásticos) são poderosas armas para prevenir uma série de doenças. O estudo mais recente, feito por pesquisadores das universidades Federal de São Paulo (Unifesp) e de São Paulo (USP) e publicado na revista Frontiers in Neuroscience, revelou que a prática de exercícios físicos resistidos previne e atrasa o aparecimento de sintomas de Alzheimer.
O nutricionista esportivo conta que, ao fazer musculação, nosso sistema músculoesquelético trabalha e se comunica com os outros sistemas: endócrino, imunológico, hepático, renal, cardiovascular e sistema nervoso central. “Fazer musculação fortalece todo nosso organismo, não só os músculos. Ela melhora o sistema imunológico, aumentando a proteção contra vários tipos de doença: obesidade, diabetes, hipertensão, dislipidemias, doenças autoimunes e doenças do sistema nervoso central, como Parkinson e Alzheimer”, comenta.
De forma resumida, o nutricionista explica que a musculação regula o sistema que controla a pressão arterial e aumenta a captação periférica de glicose, independentemente do trabalho da insulina, por isso a atividade é indicada para quem tem diabetes. “No caso das doenças como Alzheimer e Parkinson, que estão relacionadas com a capacidade antioxidante do sistema imunológico, a musculação melhora a capacidade do sistema imune combater os radicais livres”, comenta.
Qualidade de vida
Quando chegamos na terceira idade nossos níveis hormonais anabólicos, nossa taxa de absorção de nutrientes e nossa capacidade de síntese proteica caem. “Então os idosos perdem autonomia física porque não têm boa quantidade de massa muscular, por isso é preciso começar a se exercitar cedo”, conta.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o exercício resistido para melhorar também o equilíbrio, a postura e prevenir quedas. “Muitos idosos sofrem fraturas quando caem por causa do processo de desmineralização óssea. A musculação melhora o metabolismo do cálcio e aumenta a mineralização óssea, reduzindo, portanto, as fraturas”, comenta.
Além disso, há uma significativa melhora na disposição e na qualidade de vida como um todo. “A musculação melhora a produção de hormônios relacionados ao bem-estar (catecolaminas, adrenalina, noradrenalina). Eu também a produção de neurotransmissores, como a dopamina e serotonina”, completa.