O isolamento social para diminuir o risco de transmissão da covid fez as pessoas adotarem novos hábitos e migrarem a maior parte de suas atividades para o mundo virtual. O uso de bancos não ficou de fora dessa mudança e muita gente passou a recorrer aos serviços on-line. De acordo com uma análise da Comscore, o Brasil registrou um salto de quase 200% no acesso a bancos digitais em abril de 2020. Dos 20 serviços financeiros on-line mais acessados em março de 2021 no país, mais da metade corresponde a fintechs ou bancos digitais.
Não é à toa que os bancos digitais tiveram o triplo de downloads em maio deste ano, segundo pesquisa do Bank of America, que acompanha dados da Apple Store e Google Play. “Ninguém mais que ir a um banco, todo mundo que resolver as coisas por meio de um aplicativo de celular, e os bancos digitais causaram uma revolução no mercado ao oferecerem mais cobrando menos, atendendo de forma diferenciada, focando na inovação”, diz o especialista em gestão de risco e planejamento financeiro Hilton Vieira.
Vieira atribui esse sucesso à forma simples de oferecer produtos e serviços. “As fintechs começaram com o básico, oferecendo aquilo que a grande maioria das pessoas têm que é uma conta corrente. Só que com zero tarifa. Uma vez que a carteira de clientes foi sendo composta de forma firme, começaram realmente a promover serviços diferenciados, como CDBs e empréstimos”.
Na avaliação do especialista, as fintechs vieram para romper com o sistema instituído dos bancos tradicionais. “Se antes a pessoa era obrigada a pagar um monte de taxas para poder ter um cartão de crédito, agora não tem mais essa questão. O correntista tem hoje a opção de sair daquele banco tradicional, cheio de taxas e tarifas, com o gerente ligando e tentando empurrar produtos, e migrar para um serviço que seja realmente personalizado, algo que realmente entenda e não explore o cliente”, diz.
E quando se analisa as corretoras de investimentos dessas empresas, observa Vieira, elas apresentam condições mais interessantes comparado às outras que operam no mercado, como, por exemplo, taxa zero de corretagem e taxas muito mais benéficas para os investidores. Com isso, diz o especialista, acabaram se tornando plataformas com diferenciais.
“Não é à toa que o bilionário Warren Buffett comprou em junho uma participação de US$ 500 milhões do Nubank”, observa Vieira. “Fundado em 2013, o banco recebeu mais de US$ 1,2 bilhão de investimentos nos últimos 7 anos, e já foi considerado, por 3 anos consecutivos, o melhor do Brasil pela revista Forbes”, finaliza.
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