Novas tecnologias têm revolucionado o trabalho da perícia criminal proporcionando mais qualidade e eficiência na produção de laudos que são fundamentais na resolução de crimes. Recentemente, peritos criminais utilizaram um scanner 3D para fazer a reconstituição do acidente entre um ônibus e um caminhão que resultou na morte de 42 pessoas, em Taguaí. O mesmo equipamento já foi usado na reconstituição na reconstituição do caso de nove jovens que morreram pisoteados em Paraisópolis, na Zona Sul da capital paulista, em dezembro do ano passado. São Paulo foi o primeiro estado a comprar e testar este modelo.
Com esse instrumento, os peritos criminais conseguem concluir o trabalho na cena do crime ou acidente de modo mais rápido e seguro, com uma possibilidade de erro quase nula. “O scanner possui uma margem de erro de 2 milímetros a cada 50 metros. Com ele, a coleta de dados é feita com muito mais precisão dos vestígios presentes, assim como da topografia do local onde ocorreu o fato”, destaca o presidente do Sindicato dos Peritos Criminais do Estado de São Paulo (SINPCRESP), Eduardo Becker.
No total, foram fabricados 10 equipamentos, que estão em uso no Instituto de Criminalística (IC) de São Paulo. Segundo o presidente do Sindicato, o ideal seria ter um aparelho em cada equipe das 54 unidades do IC existentes no estado. “A aquisição dos scanners 3D e sua disponibilização aos peritos criminais foi muito importante, mas ainda não chegamos ao ideal. Para que todas as equipes tenham acesso ao equipamento precisamos de um, pelo menos, em cada núcleo da capital, interior e litoral”, completa.
O scanner realiza a captura das imagens por meio de feixes de laser que atingem uma distância de até 80 metros e depois envia os dados digitalizados para uma nuvem. “Ele faz a coleta de aproximadamente 500 mil pontos por minuto, formando uma nuvem de pontos, ou seja, captura diversas informações sobre localização e dimensão dos vestígios de forma rápida e eficiente”, explica o perito criminal.
O scanner permite fazer o levantamento topográfico do lugar, identificar os vestígios deixados na cena do crime e recriar todo o ambiente em uma apresentação 3D. Por meio dessas informações, os peritos criminais podem retornar ao local de forma virtual economizando tempo e dinheiro gasto com o deslocamento de equipes, além de diminuir a exposição a riscos externos, como acidentes. Além disso, as imagens podem ser exportadas e apresentadas ao Judiciário para que também tenham acesso ao local dos fatos.
Segundo Becker, cada scanner custa aproximadamente R$ 200 mil, mas os ganhos que o investimento apresenta são incalculáveis, pois trazem diversos benefícios para a perícia criminal.