As mortes provocadas por acidentes de trânsito em BH caíram 73% entre 1999 e 2019. Apesar de a frota ter triplicado, a taxa de mortalidade por 10 mil veículos despencou de 5,98 em 1999 para 0,47 em 2019, segundo dados disponibilizados pela BHTrans. “Em 1999, os 13.648 acidentes provocaram 392 mortes. Vinte anos depois, apesar do já esperado número maior de sinistros, 17.063, houve uma queda acentuada no número de vidas perdidas: 105. O motivo é simples: aumento da fiscalização no trânsito e instalação de controladores de velocidade”, diz o diretor científico da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra), Alysson Coimbra.
Coimbra conta que o excesso de velocidade ou a velocidade incompatível com o tipo de rua, avenida e rodovia é um dos fatores que não só aumentam as chances dos acidentes de trânsito, mas também a sua letalidade. “Dados coletados por entidades científicas revelam que, em média, a redução de acidentes em trechos com fiscalização de velocidade pode chegar a 30% e a redução do número de mortes até a 60%. Ao lado da educação, esse é um dos caminhos que devem ser seguidos para que a gente consiga tirar o Brasil do ranking de países que mais matam no trânsito”, completa o especialista em Medicina do Tráfego.
O diretor da Ammetra avalia que a entrada em operação, a partir desta quarta-feira (23/6), de oito novos equipamentos de fiscalização eletrônica em Belo Horizonte é uma medida que salvará ainda mais vidas no trânsito.
Segundo a BHTrans, equipamentos do tipo Controladores Eletrônicos de Velocidade (CEV) serão instalados em avenidas como Cristiano Machado, Antônio Carlos e D. Pedro I, que oferecem riscos altos de acidentes pela elevada circulação de veículos. “A escolha das vias é feita sempre com base em dados e de acordo com critérios adotados pela engenharia de tráfego. A ideia é proteger não só os motoristas, mas todos os integrantes do Sistema Nacional de Trânsito, como pedestres, motociclistas e ciclistas”, completa Coimbra.