A Polícia Técnico-Científica de Campinas fará, a partir das 10h desta quinta-feira, a reconstituição do assassinato de Alex Luís Pinheiro, ocorrido no Natal de 2019 na região do bairro Capela, em Vinhedo, após uma briga generalizada durante uma festa de confraternização na rua. A perícia foi solicitada pela defesa de quatro dos cinco acusados pela morte e tem como objetivo estabelecer a dinâmica do crime.
Segundo o advogado José Sérgio do Nascimento Junior, que representa Flávio Francisco Thomé, Natália dos Santos da Silva, José Francisco da Silva e Suely Santos da Silva, todos da mesma família, a denúncia oferecida pelo Ministério Público aponta cinco pessoas como os autores da facada que matou o jovem e pede que eles sejam julgados por homicídio triplamente qualificado e pela tentativa de homicídio do irmão de Alex. “É preciso que a dinâmica dos fatos seja explicada porque a autoria do crime foi determinada com base apenas no depoimento do irmão e do amigo da vítima, que estavam no carro com Alex”, afirma.
Michel Francisco Simões, o quinto denunciado pelo crime, está foragido. Com base no depoimento das testemunhas, a Justiça decretou a prisão preventiva dos envolvidos. “Flávio Francisco Thomé está preso desde outubro do ano passado. Ele confessou ter participado da briga e da agressão ao irmão de Alex, mas nega ter ferido Alex e se apresentou para esclarecer os fatos”, completa Nascimento.
Segundo a defesa, o autor do golpe que matou Alex é Michel. “José Francisco da Silva, que também teve a prisão decretada, não participou da briga, estava em sua casa, dormindo. Ele chegou a participar da confraternização de Natal que ocorria na rua, mas voltou mais cedo para a casa. Mesmo assim, foi implicado no crime depois de um boato que surgiu na cidade e, na audiência, não foi reconhecido pelas testemunhas”, afirma Nascimento.
O advogado sustenta que um erro na forma como o reconhecimento criminal foi conduzido na delegacia de polícia acabou por implicar José Francisco no crime. “Na delegacia, após os boatos que surgiram na cidade, apenas a foto de José Francisco foi apresentada às testemunhas, mas o correto é apresentar o suspeito junto com outras pessoas. Isso foi feito em uma audiência no decorrer do processo. E quando ele foi apresentado junto a outros homens, as testemunhas não o reconheceram. Mesmo assim a Justiça manteve a prisão preventiva dele”, explica o defensor.
Nascimento conta que, diante do problema provocado pelo reconhecimento, a reconstituição do crime será fundamental para mostrar como o homicídio e as agressões aconteceram. “É preciso fazer o exame pericial para ficar claro quem foi o autor da facada que matou Alex, já que cinco pessoas não podem ser apontadas como autores do homicídio”, diz.