O Fórum Prisional Permanente, que reúne os sindicatos que representam servidores do sistema prisional paulista, convocou assembleias em todas as regiões do estado para decidir como reagir à decisão do Governo de São Paulo de excluir a Polícia Penal do projeto de lei de valorização da segurança pública. “Desde sempre estivemos abertos ao diálogo. Ainda na campanha eleitoral, todos os candidatos foram convidados a debater o sistema prisional. Depois das eleições, apresentamos um raio x do sistema para colaborar com a montagem de um governo que, sabíamos, encontraria dificuldades depois de décadas de desmandos do PSDB em São Paulo, mas toda nossa colaboração não teve retribuição”, afirma Fábio Jabá, presidente do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional de São Paulo (SIFUSPESP).
Na semana passada o governador Tarcísio de Freitas entregou pessoalmente um projeto de lei de valorização da segurança pública que inclui aumentos maiores nos salários da Polícia Militar, índices mais baixos para Polícia Civil e Científica e não menciona a Polícia Penal. A reação de todas as polícias foi de insatisfação pelo tratamento diferenciado dado aos militares.
Fábio Jabá se queixa que Tarcísio descumpriu a promessa de nomear um governo técnico. “O secretário de administração penitenciária é um coronel da PM que não entende nada do funcionamento de uma unidade prisional e já tomou decisões que pioraram o sistema. Agora o governo nos trata com indiferença, como se não fizéssemos parte da segurança pública. Há mais de uma semana o governador, em pessoa, prometeu nos receber, mas desde então não tivemos qualquer retorno”, conclui.
Diante do descaso do governo, o Fórum convocou assembleias para o dia 25 de maio. “A assembleia vai definir as novas formas de mobilização da categoria, dentre elas, paralisações”, afirma Jabá.