Um grupo de estelionatários deu um prejuízo de aproximadamente R$ 850 mil em um aposentado e sua filha, na região de Sorocaba, no interior de São Paulo. As vítimas foram persuadidas pela ex-gerente do banco em que tinham conta bancária a fazerem investimentos em bens digitais por meio de uma empresa chamada Criptbank.
De acordo com o relato das vítimas, a ex-gerente informou que os aportes seriam feitos por meio da Criptbank e renderiam, no mínimo, 10% ao mês. A contrapartida seria manter o valor alocado na empresa por, ao menos, seis meses. Se os valores fossem retirados antes deste prazo, haveria uma retenção parcial por parte da empresa. “Aproveitando-se da relação de confiança que tinha com as vítimas, a gerente insistiu para que o aposentado fizesse o aporte e, no primeiro mês, os golpistas depositaram os 10% nas contas da família mas, depois, os depósitos não ocorreram mais”, explica o advogado das vítimas, Danilo Campagnollo Bueno.
A prática de oferecer um pequeno retorno no primeiro mês é comum em golpes desse tipo. “Esse primeiro depósito faz a vítima acreditar que terá altos lucros e isso a convence a fazer mais depósitos e a atrair novos investidores. Na realidade, os criminosos simplesmente devolvem às vítimas uma mínima parcela do próprio valor depositado por elas”, completa o advogado.
Bueno explica que as vítimas assinaram um contrato de investimento com a Criptbank. No documento, a empresa Gasull Investiments LTDA figura como contratada para fazer a ‘intermediação de negócios para aquisição de bens digitais’.
No primeiro aporte realizado, o aposentado transferiu R$ 429 mil para a conta da Gasull Investiments. Dez dias depois, assinou mais um contrato, desta vez para um depósito de R$ 71 mil.
Envolvida pela promessa de grandes retornos, a filha do aposentado também realizou investimentos por meio das empresas e fez duas transferências, totalizando R$ 50 mil.
Depois de receber o retorno dos primeiros investimentos, o aposentado fez mais um depósito, desta vez, no valor de R$ 300 mil. “Depois disso, nenhum dos dois receberam qualquer centavo a mais ou resposta por parte das empresas. A ex-gerente que os convenceu a assinar os contratos também passou a se esquivar de dar respostas”, completa Bueno.
Organização criminosa
Desconfiados, parentes das vítimas realizaram pesquisas na internet e encontraram diversas reclamações de investidores da Criptbank que não receberam os lucros prometidos e perderam as economias de uma vida inteira.
Após muita insistência, a ex-gerente bancária agendou uma reunião com uma mulher e um homem que seriam a representante legal e o advogado das empresas, respectivamente. Na ocasião, eles afirmaram que os prejuízos seriam reparados com um imóvel como forma de pagamento. “Depois de um tempo informaram que o imóvel não seria mais entregue e que captariam recursos de instituições financeiras, o que também não aconteceu. Essa família, assim como as outras pessoas que se manifestaram na internet, foram vítimas de uma organização criminosa”, afirma o advogado.