O feriado de Tiradentes terá movimento intenso nas rodovias brasileiras e, a julgar pelo aumento de mortes e sinistros de trânsito registrados durante os dois últimos feriados, vai exigir atenção redobrada do motorista.
Durante a Operação Semana Santa, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou 681 sinistros de trânsito – 92 deles graves – com 58 mortos e 235 feridos. Na comparação com o mesmo período do ano passado, ocorreram 5% mais sinistros, mas o número de mortes aumentou bem mais: 27,5%
No Carnaval, houve alta de 18% no número de mortes; de 16% no número de acidentes graves e de 6% no número de feridos.
Os dados revelam que as mortes crescem em proporção maior do que o total de sinistros. “Há um claro aumento de motoristas de perfil mais agressivo e imprudente nas estradas, e isso se manifesta em comportamentos infracionais. Por isso, quem pretende viajar precisa estar muito atento e tomar todas as medidas de segurança para sair e retornar em paz”, afirma Alysson Coimbra, diretor científico da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra).
Imprudência e agressividade
O especialista afirma que o país vê crescer uma tendência de infrações mais graves, como excesso de velocidade e ultrapassagens em locais proibidos. Nesse cenário, agir preventivamente é fundamental: o primeiro passo para reduzir os riscos é utilizar os equipamentos básicos de segurança, como capacete, cinto de segurança em todos os bancos e os dispositivos adequados para o transporte veicular de crianças e de pets seguindo as normas vigentes (veja quadro).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o fator humano é responsável por cerca de 90% dos sinistros de trânsito. “Por isso o motorista tem que estar preparado para os desafios constantes que surgem em longas viagens. Uma boa noite de sono antes de pegar a estrada é fundamental, assim como paradas em intervalos regulares, pois o cansaço causa problemas de atenção e de coordenação, que afetam a capacidade de tomar decisões rápidas”, afirma o médico.
O diretor da Ammetra alerta ainda que quem iniciou algum tratamento recentemente consulte seu médico para saber se o medicamento pode interferir diretamente na capacidade de conduzir de forma segura, sem prejudicar a atenção e reflexos.
Falhas mecânicas
A manutenção do veículo é indispensável para uma viagem segura. Não pegue a estrada sem conferir itens básicos como a calibragem dos pneus e estepe; os níveis de água e óleo e os itens de segurança obrigatórios, como triângulo e macaco. “Antes de sair verifique as luzes indicativas do painel, faróis, lanternas, setas e luz de freio estão funcionando”, completa o especialista.
DICAS PARA DIRIGIR EM SEGURANÇA
– Utilize equipamentos de segurança, como cinto e capacete, em caso de motocicletas
– Cobre o uso do cinto por todos os ocupantes do veículo, inclusive os que ocupam o banco de trás
– Confira os níveis de água, óleo, calibre pneus
– Confira o funcionamento das luzes de freio, ré, faróis e lanternas
– Verifique os itens de segurança obrigatórios: triângulo, macaco e se o estepe está calibrado
– Durma bem e só pegue a estrada se estiver descansado
– Tenha reserva de água e comida para o caso de interdições de pista ou congestionamentos
REGRAS PARA O TRANSPORTE DE CRIANÇAS
– Bebê conforto: crianças de até um ano de idade e até 9kg, posicionado em sentido contrário ao painel do veículo.
– Assento conversível: crianças de até um ano de idade e até 13kg posicionado no sentido contrário ao painel do veículo.
– Cadeirinha: crianças de 1 a 4 anos de idade, que tenham entre 9 e 18 kg, posicionamos de frente para o painel do veículo.
– Assento de elevação: crianças de 4 a 10 anos de idade que não tenham atingido 1,45 m de altura, com peso entre 15 e 36 kg, sempre conectado ao cinto de três pontos.
– Banco dianteiro: crianças com mais de 10 anos de idade e/ou estatura superior a 1,45, sempre com cinto de segurança.
SAIBA COMO TRANSPORTAR SEU PET
– Caixa de transporte: deve ser fixada pelo cinto de segurança do veículo no banco traseiro e precisa ser ventilada e estar de acordo com as dimensões do animal.
– Cestinhos ou cadeirinhas: recomendadas para animais de pequeno porte que não se adaptam em viajar nas caixas de transporte. São projetadas para serem utilizadas com os animais utilizando coleiras do tipo peitoral e devem ser fixadas no encosto de cabeça do banco traseiro e retidas com o cinto de segurança do veículo.
– Cinto de segurança: recomendado para cães de porte médio ou grande na posição central do banco traseiro, com os adaptadores presos às coleiras peitorais, e fixados no encaixe do cinto de segurança do veículo.
– Grades de contenção: indicada para animais de grande porte e têm a função de limitar a circulação do animal dentro do carro e impedir o cão de saltar pela janela.
– Capa protetora para banco traseiro: pode ser usada com o cinto de segurança, minimizando o risco do animal de sofrer ferimentos em desacelerações bruscas, por exemplo.